sexta-feira, 15 de junho de 2012

14) Reflexões finais


Relativamente a este projeto cumpre-me dizer o seguinte:

- O projeto foi muito aliciante, instrutivo e motivador.

- Foi um projeto que exigiu quer do(a) professor(a)/educador(a) quer do(a)(s) aluno(a)(s) um empenho e entrega superior a 100%.

- Como é um projeto que ocupou o(a)s aluno(a)s na escola, implicou obrigatoriamente a perda de alguns tempos letivos, que por si só já eram poucos. Por esta razão escolhi logo à partida o ateliê do Jardinário para implementar o projeto. No entanto, mesmo assim, como o ateliê só funcionava uma vez por semana, nem sempre houve disponibilidade para dar andamento ao projeto, tendo este perdido alguma qualidade por esse motivo.

- Os alunos entregaram-se com interesse e afinco às atividades propostas, tentando sempre que possível encontrar o caminho que os levasse a atingir os objetivos propostos.

13) Conclusão das influências das alterações climáticas...



- Há plantas que florescem mais cedo que o devido, acelerando o seu ciclo de vida, principalmente as plantas anuais e bianuais. Um bom exemplo disso são as papoilas, que este ano floresceram já em abril, as alfaces, os nabos e as couves que rapidamente espigam, não havendo tempo suficiente para que a planta cresça.

 - Há plantas como por exemplo a alface que para germinar precisa de clima frio, ora se o clima aquecer, as alfaces não germinarão no exterior, sendo preciso fazer a sementeira em câmaras frias.

12) O problema das alterações climáticas sobre as plantas ...


Um aluno trouxe três notícias que encontro na Internet, nomeadamente:
Plantas estão a florir mais cedo do que dizem os modelos climáticos
Os modelos científicos não estão a ser capazes de prever o real impacto das alterações climáticas nas plantas, que florescem mais cedo do que o estimado, diz um estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica britânica Nature.


Há mais de 20 anos que os cientistas simulam como vão as plantas responder às alterações climáticas. Esses estudos têm concluído que as plantas começam a dar folhas e flores entre 1,9 e 3,3 dias mais cedo por cada grau de aumento da temperatura. Mas, segundo o estudo da Nature, os números são mais elevados na realidade, na ordem dos 5 a 6 dias.
Estes resultados baseiam-se na comparação entre experiências em 1634 espécies de plantas e as observações a longo prazo dessas espécies na natureza, que foram realizadas por 22 instituições nos Estados Unidos, Canadá, Suécia, Suíça e Reino Unido.
“Até agora, partíamos do princípio de que os sistemas experimentais respondiam da mesma maneira do que os sistemas naturais. Mas não é o caso”, disse em comunicado o coautor do estudo, Benjamin Cook, do Observatório da Terra Lamont-Doherty na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.
Os métodos experimentais poderão estar a falhar porque reduzem a luz, o vento e a humidade do solo, o que influencia a maturidade das plantas, refere o estudo. Como exemplo, os investigadores exemplificam que a floração das cerejeiras em Washington é hoje uma semana mais cedo em relação aos anos de 1970.
“Isto significa que as alterações previstas nos ecossistemas, incluindo Primaveras mais precoces em grande parte do planeta, podem ser muito maiores do que as atuais estimativas, baseadas em experiências”, disse Elizabeth Wolkovich, da Universidade da Columbia Britânica, em Vancouver, uma das autoras do estudo.
Para Elizabeth Wolkovich, imitar a natureza é muito mais difícil do que se pensa. Por exemplo, a equipa responsável pelo estudo descobriu que, em alguns casos, o uso de câmaras de aquecimento para aumentar as temperaturas artificialmente pode ter o efeito contrário. “No mundo real não vemos mudanças na temperatura; vemos mudanças na precipitação e nos padrões das nuvens e outros fatores. Estamos muito, mas muito longe de conseguir replicar as alterações nas nuvens”, disse à BBC.
“Acho que nunca vamos imitar a natureza na perfeição. Mas acredito que podemos fazer muito melhor.”
Prever as respostas das plantas às alterações climáticas tem consequências importantes para o abastecimento de água às populações humanas, para a polinização de culturas e o bem-estar geral dos ecossistemas, lembram os investigadores.


2012-5-7 por Público
 

Ecologia

Mudanças climáticas podem ser mais rápidas que a capacidade de migração de alguns mamíferos

Estudo indica que pelo menos 9% dos mamíferos do continente americano não vão conseguir migrar a tempo para novos habitats


O estudo indica que os primatas, incluindo espécies ameaçadas de extinção, serão um dos grupos mais afetados pelas mudanças climáticas (WWF/EFE)
Um estudo publicado nesta segunda-feira na revista PNAS conclui que muitos mamíferos não conseguirão migrar para outras regiões a tempo de escapar dos efeitos trazidos pelas mudanças climáticas sobre seus habitats.

O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Washington, em Seattle, mostrou que, ao longo do continente americano, pelo menos 9% dos mamíferos não vão conseguir acompanhar a velocidade das mudanças climáticas. Em algumas regiões, esta taxa chega a 40%. A variação se deve ao fato de que certas paisagens são mais difíceis de vencer. Os animais que vivem nos trópicos, por exemplo, geralmente têm que percorrer distâncias maiores para chegar a um território com clima mais adequado do que aqueles que vivem em regiões de montanha.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Dispersal will limit ability of mammals to track climate change in the Western Hemisphere

Onde foi divulgada: revista PNAS

Quem fez:  Carrie A. Schloss, Tristan A. Nuñez e Joshua J. Lawler

Instituição: Universidade de Washington, Estados Unidos

Dados de amostragem: 493 espécies de mamíferos no continente americano

Resultado: Em média, 9% dos mamíferos do continente americano não vão conseguir migrar a tempo de escapar das mudanças climáticas das próximas décadas
A migração de animais já aconteceu em outros episódios em que a Terra sofreu alterações climáticas. Neste estudo, os autores buscam verificar se algumas espécies serão capazes de encontrar a tempo locais adequados para sobreviver, considerando a velocidade das mudanças climáticas e as alterações da paisagem provocadas pelo homem.
"Eu acho que é importante verificar que, quando o clima mudou no passado, entre períodos glaciares e interglaciares e o alcance das espécies expandiu e contraiu, a paisagem não estava coberta por campos de agricultura, estradas imensas e estacionamentos. Então as espécies podiam se locomover mais livremente pela paisagem", diz Josh Lawler, coautor do estudo e professor da Universidade de Washington.

 "Nós subestimamos a vulnerabilidade dos mamíferos às mudanças climáticas quando olhamos as projeções de áreas com climas adequados sem incluir também a capacidade dos mamíferos de se locomoverem”, explica Carrie Schloss, principal autora do estudo.
Grupos afetados — O estudo mostrou que primatas - micos, macacos-aranhas, saguis e bugios, alguns já ameaçados de extinção - terão mais dificuldades para migrar. Já o grupo dos vencedores da corrida contra a mudança climática será formado por coiotes, lobos, veados, renas, tatus e tamanduás.
"Os primatas do continente americano, por exemplo, levam anos para se tornarem sexualmente ativos. Isso contribui para sua baixa taxa de dispersão e uma razão para eles se tornarem vulneráveis", diz Schloss. "Esses fatores indicam que quase todos os primatas desse continente terão uma redução de 75% de sua distribuição territorial", explica Schloss.
Redução de habitat  —  Cientistas calculam que 87% das espécies de mamíferos deverão sofrer reduções de seus territórios e que 20% dessas reduções serão provocadas pela limitação da capacidade de dispersão desses animais, já que o número de áreas com climas apropriados vai ser reduzido.
O estudo foi feito com análise de 493 espécies de mamíferos de diversos tamanhos ao longo do continente americano.  É o primeiro estudo a avaliar não só a existência de habitats adequados no futuro, mas a capacidade de espécies de mamíferos alcançá-los a tempo.
Cálculo das velocidades —  A velocidade de migração de cada espécie foi calculada considerando massa, tipo de dieta, intervalo entre gerações e as distâncias a serem percorridas. Nos mamíferos, a migração acontece geralmente uma vez a cada geração.
Os autores compararam esses dados com a velocidade das mudanças climáticas para as próximas décadas baseada em 10 modelos climáticos globais e com a emissão de gases causadores do efeito estufa apontados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O estudo considerou apenas mudanças climáticas como causadores da migração de animais - a competição entre espécies não foi levada em conta. A ocupação humana do território também foi levada em conta como um impeditivo para migração de algumas espécies.
"Nossas previsões são bastante conservadoras, ou até otimistas, visto o que pode acontecer. Nossas aproximações assumem que os animais vão na direção necessária para evitar ao máximo as mudanças climáticas", conclui Lawer.

Saiba mais

IPCC
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (em inglês, Intergovernmental Panel on Climate Change) foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a fim de produzir informações relevantes para a compreensão das mudanças climáticas. Por sua contribuição ao tema, o IPCC ganhou o Nobel da Paz em 2007. Entre os 831 especialistas do Painel que vão redigir seu quinto relatório de avaliação climática, a ser publicado em 2014, 25 são brasileiros.
 
Estudo publicado na Science
Os animais e as plantas estão a fugir para longe do calor
Muitas espécies poderão não conseguir fugir às alterações climáticas (Amit Gupta/Reuters (arquivo))


Os animais e as plantas estão a fugir para latitudes frias e para altitudes maiores nas últimas quatro décadas devido às alterações climáticas, mostra um estudo publicado nesta quinta-feira na edição online da revista Science.
“Estas alterações são o equivalente aos animais e às plantas a distanciarem-se do Equador 20 centímetros por cada hora, todas as horas do dia, todos os dias do ano”, explicou em comunicado Chris Thomas, biólogo e professor da Universidade de York, e líder do projeto que originou o artigo.

A equipa analisou informação de duas mil espécies de animais e plantas. Segundo o resumo do artigo “a distribuição das espécies alterou-se recentemente para altitudes superiores a uma média de 11 metros por década, e para latitudes maiores a uma média de 16,9 quilómetros por década”. Estes resultados são em média duas a três vezes superiores aos estudos que já se tinham feito.

A informação recolhida foi de espécies de aves, animais, répteis, insetos, aranhas e plantas, na Europa, América do Norte, Chile, Malásia e na ilha de Marion, no sul de África . “Mostrámos pela primeira vez que as mudanças de distribuição das espécies estão relacionadas com o grau das alterações climáticas numa dada região”, explicou, citada pela AFP, I-Ching Chen, a primeira autora do artigo, que fez o doutoramento na Universidade de York.

Mas estas mudanças não são lineares. Há espécies que viajam muito para norte, outras menos, há outras que se mantêm com a mesma distribuição, mas tornam-se mais frequentes nas áreas dessa região que são mais frias e diminuem de frequência nas zonas mais quentes. Há casos em que outras condicionantes, como a redução do habitat, travam migrações que pareceriam óbvias sob a óptica das alterações climáticas.

Na Grã-Bretanha, a borboleta Fabriciana adippe “esperar-se-ia que viajasse para norte se as alterações climáticas fossem a única coisa a afectá-la, mas na verdade tem vindo a diminuir por causa da perda de habitat”, disse em comunicado David Roy, co-autor do artigo. O especialista refere-se ainda à Polygonia c-album, uma borboleta comum na Grã-Bretanha, que, "em duas décadas, se moveu 220 quilómetros do centro da Inglaterra para Edimburgo”.

Apesar de este estudo não prever as consequências destes efeitos, que se espera que continuem a sentir-se ao longo deste século, Chris Thomas defende que as histórias não vão ser todas iguais: “A rapidez com que as espécies estão a mover-se devido às alterações climáticas indica que muitas estão realmente a ir em direção à extinção, devido à deterioração das condições climáticas. Por outro lado, outras espécies estão a mover-se para novas áreas onde o clima se tornou apropriado, por isso vão haver alguns ganhadores, assim como perdedores.”